sábado, 21 de janeiro de 2012

O ELEFANTE IRREAL



''Uma vez, um yogi vivia numa densa floresta com seus discípulos. Ele ensinava o desapego e repetia incessantemente para os estudantes que o mundo manifestado é pura ilusão, que a natureza é uma miragem e que somente o Ser tem existência real. Um dia, um elefante furioso e faminto atacou a ermida onde eles moravam. Todos os praticantes, junto com o professor, se refugiaram no alto de uma grande árvore enquanto o elefante se refestelava no estoque de arroz deles. Quando o animal foi embora, o mais perspicaz dos estudantes perguntou ao mestre: “Sempre aprendemos de você que o mundo é ilusório e que não tem existência real, mas não pude deixar de observar que, quando fomos atacados pelo elefante, você se refugiou junto conosco no alto da árvore. Se de fato o mundo é ilusório, não bastava ter ficado quieto no lugar enquanto a ilusão do elefante passava?” O mestre, sem perder a pose, respondeu: “Olha, nós sabemos que o mundo é uma ilusão, mas o elefante não sabe.”

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

um mundo melhor e o invisível aos olhos

Quando perguntado a respeito de quem é você, ter um nome ou qualquer que seja a palavra como resposta, o deixa satisfeito? Este é um ponto crucial no nosso encontro, pois é indispensável que – para encontrar a si mesmo – possamos ir além das palavras.
Se você acredita que é o "Antônio" e o seu vizinho acredita que ele é o "João", qual a chance de irmos em frente? Se você acredita que é uma mulher e o seu companheiro acredita que é um homem, de que maneira poderemos explorar aquilo que é invisível aos olhos?
As pessoas estão preocupadas e engajadas em conquistar "um mundo melhor", mas pergunto: qual a chance de termos um mundo melhor sem romper esses conceitos que nos apreendem no mundo em que vivemos hoje?
Essa "moda" de lutar por um mundo melhor só tem conseguido ampliar o grau de competição – agora tem os que destroem o mundo e os que querem melhorá-lo. De que lado você está? Onde você se encontra verdadeiramente? Antes de querer mudar o mundo ou a si mesmo, investigue primariamente quem é esse "eu" que está sonhando em fazer alguma coisa? Encontre um ponto onde não haja nem pior nem melhor, onde nada precise acontecer. O mundo não está nem pior nem melhor do que ele deveria estar.
Há um "ambiente" para o qual você pode se mudar e que sempre o acolhe do jeito que você é – sem nenhuma referência de nomes, sexo ou idade. Alguns chamam este "ambiente" de Paz, e os que já se engajaram em encontrá-lo, descobriram que ele está Dentro. Se você precisa mesmo se envolver em algum movimento, vá para Dentro!

Fonte: Satya prem

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O Desapego


“Todas as nossas misérias e sofrimentos não são nada mais do que apego. Toda a nossa ignorância e escuridão é uma estranha combinação de mil e um apegos. Nós estamos apegados a coisas que serão levadas no momento da morte, ou mesmo, talvez, antes. Você pode estar muito apegado a dinheiro, mas você pode ir à bancarrota amanhã. Você pode estar muito apegado a seu poder e posição, mas eles são como bolhas de sabão. Hoje eles estão aqui; amanhã eles não deixarão nem um traço. (…)

Todas as nossas posições, todos os nossos poderes, nosso dinheiro, nosso prestígio, respeitabilidade são todos bolhas de sabão. Não fique apegado a bolhas de sabão; senão, você estará em contínua miséria e agonia. Essas bolhas de sabão não se importam por você estar apegado a elas. Elas continuam estourando e desaparecendo no ar e deixando-o para trás com o coração ferido, com um fracasso, com uma profunda destruição de seu ego. Elas o deixam triste, amargo, irritado, frustrado. Elas transformam sua vida num inferno.

Compreender que a vida é feita da mesma matéria que os sonhos é a essência do caminho. Desapegue-se: viva no mundo, mas não seja do mundo. Viva no mundo, mas não permita que o mundo viva dentro de você. Lembre-se que ele é um belo sonho, porque tudo está mudando e desaparecendo.

Não se agarre a nada. Agarrar-se é a causa de sermos inconscientes.

Se você começar a se desprender, uma tremenda liberação de energia acontecerá dentro de você. A energia que estava envolvida no apego às coisas trará um novo amanhecer ao seu ser, uma nova luz, uma nova compreensão, um tremendo descarregar – nenhuma possibilidade para a miséria, a agonia, a angustia.

Ao contrário, quando todas essas coisas desaparecem, você se encontra sereno, calmo e tranqüilo, numa alegria sutil. Haverá um riso no seu ser. (…)

Se você se tornar desapegado, você será capaz de ver como as pessoas estão apegadas a coisas triviais, e quanto elas estão sofrendo por isso. E você rirá de si mesmo, porque você também estava no mesmo barco antes. O desapego é certamente a essência do caminho.”

Fonte: Osho