quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A atitude tântrica

No ocidente, somos ensinados a racionalizar nosso modo de viver, fazer julgamentos sobre o que é certo ou errado e lutar contra aquilo que não está dando certo, de acordo com nossas "expectativas".
O Tantra em contraste a tudo isso, nos ensina como aceitar tudo o que está acontecendo e fluir nisso sem stress. O tantra expande nossa consciência e move nossa energia através de tudo o que a vida nos apresenta.
Tantra é muito mais uma atitude em relação a vida - e o sexo faz parte da vida - do que crenças, comportamentos ou regras.



No Tantra não há dogmas sobre a maneira certa de se fazer as coisas. Não tem nenhum manual, nenhuma performance, nenhum script que você tenha que viver de acordo.O Tantra diz "sim" a tudo o que é.
Tudo é sagrado, e o Tantra lhe diz "dê boas vindas" a todos os seus mais "loucos" pensamentos, desejos e sentimentos.
Isso significa amar todas as partes de você mesmo e aprender com elas. Não julgue-se "mau" ou qualquer outra coisa, mas aprenda quem você é. A despeito do que você acredita, não lute com a vida, porque desta maneira você estará bloqueando seus desejos internos e fazendo de sua vida um inferno, através destes conflitos. Seja o que for que queira fazer, faça. Por exemplo; quer dançar, dance!, quer amar, abra seu coração e siga-o para onde ele te levar.
Mas e se você não gosta do que está se tornando, ou da vida que está levando, é aí que entra o tantra.


Procure internamente aquilo que lhe faça bem, coloque foco naquilo que funciona "para você", e pratique o prazer que vem de dentro de você.
Aceite os altos e baixos da vida sem se transformar em vítima. Reconheça que você é uma grande parte de um universo ainda maior. Se você focar no que não está funcionando em sua vida, com certeza você atrairá muito mais disso pra si. Abra-se para todas as sensações, todas as experiências. Abra-se para novas maneiras de ser, novas maneiras de amar... Você está evoluindo a cada momento.Enfrente seus medos, pois são somente medos, e estão te impedindo de avançar. Mova-se através deles e você terá uma surpresa.

Expresse totalmente todos os seus lados; brincalhão, sexual, espiritual, amoroso, julgador, sério e etc. Não há nada de errado em ser tudo isso. Pare de pensar demasiadamente e mergulhe nas suas sensações corporais, abra seus sentidos. Torne-se um com o tempo, espaço e a força do universo.
Quando você vive do espaço do coração, centrando-se no amor, compaixão e empatia, com certeza você se transformará. O mundo a sua volta se transformará.
A grande lição que o coração lhe dá, é a de amar a si próprio. Ame-se como a expressão divina que você é.
Pois quando você realmente amar(aceitar) tudo o que você é, você chegou em casa. Não há mais separação, há somente êxtase, o qual é seu direito inato.
Quando em sua vida, o prazer é seu foco, a vida torna-se mais fácil.



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

OS MITOS DA FELICIDADE...


NÓS, AS MULHERES...e a busca da felicidade...
(NUNCA ENCONTRADA...)

HÁ MUITAS MULHERES QUE PROCURAM DESESPERADAMENTE a dita felicidade...

Há mulheres que não pensam noutra coisa que não seja encontrar alguém que lhes possa colmatar o vazio da sua vida a sua falta de sentido em si...Mulheres que não pensam em mais nada nem querem saber de mais nada. Mulheres que dão e tudo e tudo fazem nessa miragem...
Mulheres que vivem obcecadas pelo par...que se destróem e que mutilam o seu corpo no sonho de encontrar um amor...que as mata...

Eu sei porque passei também por isso, como todas nós, mas o que está aqui em causa não é meramente esse facto absoluto da ideia e perseguição do par amoroso. Mas sim a urgência e a premência de começarmos a pensar de forma diferente, de darmos a nós mesmas espaço e tampo e a oportunidade de sermos sós...de sermos em nós quem nós realmente somos. Isto não é negar o "outro" e a sua necessidade, mas apenas fazer-nos pensar acerca do quão estamos longe de uma identidade própria, de uma autonomia e por aceitarmos esses factos que são completamente aprisionantes, manipuladores, como naturais. E não são. Temos em cima de nós toda a máquina social política e religiosa de séculos que nos fez pensar assim, que nos formatou assim; temos a a ciência e a cultura e até mesmo a literatura e a arte - o cinema e a música - que nos bombardeiam com o mito do par romântico até à exaustão...com a ideia de que sem o "par amoroso" não somos nada e que sem alguém que nos ame a nossa vida não vale nada...

Não, não é assim. E nós precisamos de acordar para nós mesmas e sentir que isso não é A verdade, a nossa verdade. Que nós temos um fundo incomensurável (como diz o poeta, a mulher é como o mar mais profundo nos seus sentimentos e emoções), que nós temos uma verdade bem nossa por resgatar, que nós temos um potencial e um manancial imenso por revelar. Que nós somos capazes de mudar o mundo se começarmos a ver como fomos enganadas e traidas e persequidas em nome do "pecado"...que somos encaradas apenas como um corpo reprodutor e um sexo...Que somos exploradas até à medula, pelas industrias farmaceuticas e cosméticas, que o nosso Útero, os nossos ovários, os nossos seios são expostos às radiações mesmo sabendo que daí não advém a cura dos nossos males, e sujeitos a extracções dos mesmos mesmo quando não estão totalmente em risco, pela Máfia Medica, como "prevenção". Somos sujeitas a intervenções estéticas aberrantes para manter a imagem que o homem e os midea de nós espera e que se a não temos desesperamos pelo medo de não sermos amadas. Não só o nosso corpo é tratado aberrantemento pela mafia médica, estilistas e outros, como pelos midea, e ainda somos manietadas pelo Clero e pelo Estado...Para só nos focarmos no Ocidente "civilizado"...
Será que nós queremos tomar conta das nossas vidas? Será que nós queremos encontrar a nossa verdadeira identidade? A nossa verdadeira liberdade que é muito mais do que salário iguais e direitos laborais? Aceder a profissões de elite e altos cargos?
Será que nos contentamos em ser cobaias e adjuntas, Atenas saidas da cabeça do Pai? A defender os homens e os seus filhos, filhas sem Mãe e a atacar sempre as outras mulheres? Mulheres que se dizem antifemistas e "resolvidas" mas que odeiam e rivalizam com as outras mulheres por ódio e vingança, e que lutam por um lugar de chefia?

SERÁ QUE NÓS QUEREMOS SAIR DESTE CICLO INFERNAL EM QUE FOMOS APRISIONADAS PELO PATRIARCADO?

Se queremos sair deste longo cilclo vicioso de sermos a metada da Humanidade banida e explorada, temos antes de tudo libertarmo-nos desse mito da felicidade e da ideia obsessiva do "par amoroso", dessa tirania secular e começar a pensar por nós e para nós...temos de esquecer essa pseudo felicidade que nos prometem todo o tempo e que nunca existiu ao cimo do mundo e que mais do que ninguém nunca nenhuma mulher a viveu...

Por tudo isso prefiro as mulheres que se questionam e sofrem...que lhes dói na pele no corpo e na alma os processos do seu crescimento interior e da sua integração como mulheres, da sua consciência, do que as que continuam cegas em perseguição da sua felicidadezinha, do seu par amoroso, a cair sempre no mesmo enredo e nunca se dando conta de quem são e que são seres capazes de se bastarem e lutarem por uma individualidade e uma verticalidade antes de mais em vez de cairem sempre no mesmo erro. Claro que eu não digo que se não deva viver um amor...um "romance" ou acreditar que a pessoa certa na nossa vida possa aparecer...mas na verdade sempre que o lindo cavaleiro aparece acresce o drama e as dificuldades...o sofrimento...e a compreensão e a ajuda que precisamos e tanto sonhamos não acontece e porquê? Porque o lindo cavaleiro quer colo (ou sexo) e vem apenas buscar o que não tem e que a mãe ou a ex-mulher...(já) não lhe pode dar. E este é o círculo vicioso da mulher em relação ao "amor" do homem...Não raramente as mulheres depois de criarem os filhos e estão divorciadas ou separadas encontram um homem que já não é o dominador ou o algoz, mas que a breve trecho se transforma em mais um filho...carinhoso, mas caprichoso exigente e anulador do seu valor. Será este um destino ou uma escolha da mulher? É a mulher suficentemente consciente de si para o evitar e estar prevenida ou cai sempre no mesmo enredo sentimental, o mesmo ciclo vicioso, querendo ou não? Tem a mulher QUERER?

Será que a mulher algum dia terá a capacidade de SER ELA MESMA por si só? Amando sem se perder, amando por ser apenas MULHER, sendo livre e digna e sem se deixar manipular por velhos padrões e comportamentos que a têm impedido de ser um indivíduo integro, capaz de dizer NÂO, em vez de se deixar explorar psiquicamente e emocionalmente! E viver a sua plenitude apenas enquanto SER HUMANO?
rlp

PARA REFLECTIR...

"O que me leva a uma pergunta especial para sua reflexão...
Você alguma vez já vislumbrou o que compõe seu eu maior?
Acho que uma mulher pode enxergar muito do seu eu profundo ao examinar algum fenômeno raro nos motivos condutores dos contos de fadas, aqueles que caracterizem nitidamente como uma mulher se torna sábia. Quando examinamos os temas nas lendas e mitos, vemos uma configuração sem paralelo, que é a seguinte: sempre que uma jovem está em situação angustiante, não é tão freqüente que um príncipe apareça, mas costuma ser, sim, uma velha sábia que se materializa como surgindo do nada, lançando sua poeira mágica ao redor e batendo no chão com sua bengala de abrunheiro. Quer essa idosa seja uma velha enrugada ou uma feiticeira com seus amuletos, quer ela seja uma mutante ou uma maga sensual, quer esteja usando trajes de ervas, vestido do brilho do pôr-do-sol, manto da meia-noite ou uniformecompleto de combate... ela é a anciã "aquela que sabe" e surge de repente para ajudar a mulher mais jovem."



domingo, 26 de fevereiro de 2012

INFLUÊNCIA HIPNÓTICA

Um mago de rua, na Índia, estava rodeado por uma multidão, que, incrédula, contemplava uma corda enrolada se retorcer e se elevar no ar lentamente, diante de seus olhos. Mas aqueles que tinham uma mente suficientemente forte para resistir à influência hipnótica do mago, ou se encontravam além do raio de poder mental do mago, simplesmente viam uma velha corda enroscada no chão e o mago parado em pé, diante dela, de olhos fechados, concentrando-se intensamente.

Na verdade, o mago estava imaginando a corda levantar-se no ar, criando esta imagem em sua mente subconsciente, e com todo seu poder ectoplásmico projetava esta imagem na mente dos espectadores. O hipnotismo é outro fenômeno que comprova o poder da mente subconsciente. Numa experiência hipnótica, a mente SUBCONSCIENTE de uma pessoa influencia a mente CONSCIENTE da pessoa hipnotizada que passa a visualizar as criações mentais do hipnotizador e atender seus comandos.

O hipnotismo está sendo usado cada vez mais na psicoterapia, na medicina e na odontologia, como uma forma de anestesia sem remédios, mas apesar de prestar benefícios imediatos, ele é, em última análise, prejudicial. A sugestão hipnótica pode atuar apenas sobre uma mente fraca e passiva. Sob a ação hipnótica, a pessoa não desenvolve controle de seu cérebro e de sua personalidade, por vontade própria, mas pelo contrário, permite que sua mente fique impedida de agir devido uma força mental mais forte.

Assim, cada vez que uma pessoa é hipnotizada, ela sofre perda de energia mental, até que por fim , sua mente ao invés de evoluir, perde toda a força de vontade e determinação. Nosso propósito não é sermos transformados pela VONTADE DOS OUTROS, pelo domínio da mente dos outros, mas sermos senhores de NÓS MESMOS. Somente assim nos libertaremos das amarras externas e internas.

Do livro: Meditação e os segredos da mente (Avadhútika Ànandamitra Àcarya)


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sonhos Lúcidos

Florinda Donner é uma discípula de Don Juan Matus, um mestre bruxo do estado de Sonora, México e, por mais de vinte anos, uma companheira minha nesta aprendizagem. Devido a seus talentos naturais, Don Juan e duas de suas companheiras feiticeiras, Florinda Grau e Zuleica Abelar, deram a Florinda Donner uma instrução e cuidados muito especiais. Entre os três a treinaram como “ensonhadora” e a levaram a desenvolver sua “atenção de ensonho” a um grau de controle extraordinário.

De acordo com os ensinamentos de Don Juan Matus, os feiticeiros do antigo México praticavam duas artes: a arte de espreitar e a arte de ensonhar. Praticar uma ou outra arte estava decretado pela atitude inata de cada praticante da feitiçaria.

Ensonhadores eram aqueles que possuíam a habilidade de fixar o que os bruxos chamam de “atenção de ensonhos”, um aspecto especial da consciência, nos elementos dos sonhos normais.

Chamavam espreitadores a aqueles que possuíam uma aptidão inata conhecida como a “atenção de espreita”, outro estado especial da consciência, que permite encontrar os elementos chave de qualquer situação no mundo cotidiano e fixar essa dita atenção neles, a fim de alterá-los ou de ajudá-los a permanecer em seu curso.

Através de seus ensinamentos, Don Juan Matus sempre deixou muito claro que as idéias dos bruxos da antiguidade ainda permanecem em vigência hoje em dia, e que os bruxos modernos sempre se reúnem nesses dois grupos tradicionais. Para tanto, seu esforço como mestre foi inculcar em seus discípulos as idéias e práticas dos bruxos da antiguidade por meio de um rigoroso treinamento e uma disciplina férrea.

A idéia dos bruxos é que, ao fazer com que a atenção de ensonhos se fixe nos elementos dos sonhos normais, estes sonhos se transformam de imediato em ensonhos. Para eles, os ensonhos são estados únicos da consciência; algo como comportas abertas até outros mundos reais, porém alheios à mente racional do homem moderno. Na primeira vez que Don Juan me falou da arte de ensonhar, eu lhe perguntei:

_Você quer dizer, Don Juan, que um feiticeiro toma a seus sonhos como se fossem uma realidade?

_Um feiticeiro não toma nada como se fosse outra coisa – contestou. –Os sonhos são sonhos. Os ensonhos não são algo que se pode tomar como a realidade: os ensonhos são uma realidade a parte.

_Como é tudo isso? Me explique.

_Você tem que entender que um bruxo não é um idiota nem um transtornado mental. Um bruxo não tem nem o tempo nem a disposição para enganar a si mesmo, ou para enganar a ninguém, e menos ainda para dar um passo em falso. O que perderia fazendo isso é demasiado grande. Perderia sua ordem vital, a qual leva uma vida inteira para se aperfeiçoar. Um feiticeiro não vai desperdiçar algo que vale mais que sua vida tomando uma coisa por outra. Os ensonhos são algo real para um bruxo porque neles ele pode atuar deliberadamente; pode escolher dentro de uma variedade de possibilidades àquelas que sejam as mais adequadas para levá-lo aonde ele necessite ir.

_Então você quer dizer que os ensonhos são tão reais como o que estamos fazendo agora?

_Se prefere comparações, lhe direi que os ensonhos são talvez mais reais. Neles a pessoa tem poder para mudar a natureza das coisas, ou para mudar o curso dos eventos. Mas tudo isso não é o importante.

_O que é então o importante, Don Juan?

_O jogo da percepção. Ensonhar ou espreitar significa ampliar o campo do que se pode perceber a um ponto inconcebível para a mente.

Na opinião dos bruxos, todos nós em geral possuímos dons naturais de ensonhadores ou espreitadores, e a muitos de nós nos resulta muito fácil ganhar o controle da atenção de ensonhos ou o da atenção de espreita, e o fazemos de uma maneira tão hábil e natural que na maioria das vezes nem nos damos conta de o haver realizado. Um exemplo disto é a história do treinamento de Florinda Donner, que precisou de anos inteiros de agonizante trabalho, não para ganhar o controle de sua atenção de ensonho, e sim para clarear seus ganhos como ensonhadora e integrá-los ao pensamento linear de nossa civilização.

Certa vez foi perguntado a Florinda Donner qual era a razão pela qual escreveu este livro, e ela respondeu que lhe era indispensável contar suas experiências no processo de enfrentar e desenvolver a atenção de ensonho a fim de tentar, intrigar ou incitar, pelo menos intelectualmente, a aqueles que se interessem em levar a sério as afirmações de Don Juan Matus acerca das ilimitadas possibilidades da percepção. Don Juan acreditava que no mundo inteiro não existe, nem talvez já tenha existido, outro sistema, exceto o dos bruxos do antigo México, que conceda à percepção seu merecido valor pragmático.

CARLOS CASTANEDA

Para Refletir...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Predadores de Consciência


Este texto, difícil de digerir, é quase um mapa, e o assunto foi abordado na nossa publicação “Os Voadores” em novembro de 2010. Ele constata a situação difícil em que nós seres humanos estamos aprisionados. É contado de forma assertiva e sem muita condescendência num livro de Armando Torres, um índio descendente dos toltecas, ou “homens de conhecimento”, que foi discípulo do xamã Carlos Castaneda, e como as tradições sérias, sugere também a mesma disciplina, “o caminho do guerreiro”, para escaparmos da prisão. O livro é “Encontros com o Nagual” em cuja distribuição no Brasil, pelo amigo Juan Yolilitzli, tive o prazer de ajudar, e hoje é distribuido pelo acadêmico, estudioso de xamanismo e livreiro, Nelson Neraiel no Rio de Janeiro. Vamos lá:
“A continuação de nossa conversa chegou anos depois. Nessa ocasião, Carlos trouxe a uma de suas reuniões um conceito completamente novo e aterrorizante que despertou as mais apaixonadas controvérsias”.


"O homem - disse - é um ser mágico, tem a capacidade de voar pelo universo tal como qualquer uma das milhões de consciências que existem. Mas, em algum momento de sua história, perdeu sua liberdade. Agora sua mente não é sua, é uma intrusão".
Afirmou que os seres humanos são reféns de um conjunto de entidades cósmicas que se dedicam à depredação, as quais os bruxos chamam "os voadores".
Disse que este era um tópico muito secreto dos antigos videntes, mas que, devido a um augúrio, ele havia entendido que já era tempo de divulgá-lo. O augúrio foi uma foto que tinha tirado Tony, um budista cristão amigo dele. Nela aparecia nitidamente a figura de um ser escuro e tenebroso flutuando sobre uma multidão de fiéis reunida nas pirâmides de Teotihuacan.


"Minhas companheiras e eu determinamos que já era tempo de dar a conhecer nossa verdadeira situação como seres sociais, ainda que fosse às custas de toda a desconfiança que tal informação pudesse gerar no público".
Quando me apresentou a oportunidade, pedi que dissesse algo mais sobre os voadores, e então me contou um dos aspectos mais terrificantes do mundo de don Juan: que nós somos prisioneiros de seres que vieram dos confins do universo, que nos usam com a mesma naturalidade com que nós usamos as galinhas.
Explicou:
"A porção do Universo a que temos acesso é o campo de operações de duas formas radicalmente diferentes de consciências. Uma delas, a qual pertencem as plantas e os animais, incluindo o homem, é uma consciência esbranquiçada, jovem, geradora de energia. A outra é uma consciência infinitamente mais velha e parasitária, possuidora de uma imensa quantidade de conhecimento.
Além dos homens e outros seres que habitam esta terra, há no universo uma imensa gama de entidades inorgânicas. Estão presentes entre nós e em certas ocasiões são visíveis.

Nós os chamamos fantasmas ou aparições. Uma dessas espécies que os videntes descrevem como enormes vultos voadores de cor negra, chegou em algum momento, da profundidade do Cosmos, e achou um oásis de consciência em nosso mundo. Eles se especializaram em nos ordenhar'''.
"Isso é incrível!" - exclamei.
"Eu sei disso, mas é a mais pura e aterradora verdade. Você nunca se perguntou sobre o porquê dos altos e baixos energéticos e emocionais das pessoas? É o predador que vem periodicamente recolher sua cota de consciência. Eles só deixam o suficiente para que continuemos vivendo, e às vezes nem para isso".
"O que você quer dizer?"


"Que às vezes exageram e a pessoa fica doente gravemente, e até morre".
Eu não dava crédito a meus ouvidos.
"Quer dizer que estamos sendo devorados em vida?", perguntei.
Sorriu.
"Bom, eles não nos 'comem' literalmente, o que fazem é uma transferência vibratória. A consciência é energia e eles podem alinhar-se conosco. Como por natureza estão sempre famintos, e nós, pelo contrário, exsudamos luz, o resultado desse alinhamento só pode ser descrito como depredação energética".
"Mas, por que eles fazem isso?".

"Porque, num plano cósmico, a energia é a moeda mais forte e todos a querem, e nós somos uma raça vital, repleta de comida. Cada coisa viva come a outra, e o mais poderoso sempre sai ganhando. Quem disse que o homem está no cume da cadeia alimentar? Essa visão só pode ocorrer a um ser humano. Para os inorgânicos, nós somos a presa".
Eu comentei que me parecia inconcebível que entidades mais conscientes que nós chegasse à esse grau de rapina.
Respondeu:

"Mas o que você acredita que você faz quando come uma alface ou um bife? Você está comendo vida! Sua sensibilidade é hipócrita. Os depredadores cósmicos não são nem mais nem menos cruéis do que nós. Quando uma raça mais forte consome uma outra inferior, está fazendo com que sua energia evolua.
"Já lhe falei que no universo só há guerra. As confrontações dos homens são um reflexo do que se passa lá fora. É normal que uma espécie tente consumir a outra; o próprio de um guerreiro é não lamentar por isso, mas tentar sobreviver".
"E como nos consomem?".
"Através de nossas emoções, devidamente canalizadas pela tagarelice interior. Eles desenharam o entorno social de tal modo que estamos todo o tempo disparando ondas de emoções que são imediatamente absorvidas. Eles gostam principalmente dos ataques do ego; para eles, esse é um bocado delicioso. Tais emoções são as mesmas em qualquer lugar do universo onde se apresentem e eles têm aprendido a metabolizá-las.


"Alguns nos consomem pela luxúria, a raiva ou o temor; outros preferem sentimentos mais delicados, como o amor ou a ternura. Mas todos eles estão interessados na mesma coisa. O normal é que nos ataquem pela área da cabeça, do coração ou do ventre, ali onde nós guardamos a maior quantidade de nossa energia"-
"Eles também atacam aos animais?".
"Esses seres usam tudo aquilo que esteja disponível, mas eles preferem a consciência organizada. Drenam aos animais e as plantas na medida de sua atenção que não é demasiadamente fixa. Atacam inclusive a outros seres inorgânicos, só que esses sim os vêem e os evitam. como nós evitamos os mosquitos. O único que cai completamente na armadilha deles é o homem".
"Como é possível que tudo isso esteja acontecendo sem que o percebamos?".
"Porque nós herdamos a troca com esses seres quase como uma condição genética, e a estas alturas nos parece algo natural. Quando nasce a criatura, a mãe a oferece como comida, sem perceber, porque a mente dela também está dominada. Quando a batiza está assinando um acordo. A partir daí, se esforça por inculcar modos de comportamentos aceitáveis, o domestica, podando seu lado guerreiro e o transforma em uma ovelha mansa.
"Quando uma criança nasce suficientemente energética para rejeitar essa imposição, mas não o bastante para entrar no caminho do guerreiro, ela se torna um rebelde ou um desajustado social.


"A vantagem dos voadores reside na diferença entre nossos níveis de consciência. Eles são entidades muito poderosas e vastas; a idéia que temos deles é equivalente ao que possa ter uma formiga de nós.
"Porém, sua presença é dolorosa e se pode medir de diversas maneiras. Por exemplo, quando eles nos provocam ataques de racionalidade ou de desconfiança ou nos sentimos tentados a violar nossas próprias decisões. Os lunáticos podem detectá-los muito facilmente - demasiado, diria eu -, já que eles sentem fisicamente como esses seres pousam em seus ombros, gerando paranóias. O suicídio é o selo do voador, pois sua mente é homicida em potencial".
"Você diz que é uma troca; mas, o que ganhamos com tal despojo?".
"Em troca de nossa energia, os voadores nos deram a mente, os apegos e o ego. Para eles, nós não somos escravos, mas um tipo de trabalhadores assalariados. Eles privilegiaram uma raça primitiva e lhe deram o dom de pensar, o que nos fez evoluir; mais ainda, eles nos fizeram civilizados. Se não fosse por eles, nós ainda estaríamos escondidos em cavernas ou fazendo ninhos no topo das árvores.
"Os voadores nos dominam através de nossas tradições e costumes. Eles são os amos das religiões, os criadores da História. Escutamos sua voz no rádio e lemos suas idéias nos jornais. Eles manejam todos os nossos meios de informação e nossos sistemas de crenças.

A estratégia deles é magnífica. Por exemplo, houve um homem honesto que falou de amor e liberdade; eles transformaram isto em autocompaixão e servilidade. Eles fazem isto com tudo, até mesmo com os naguais. Por isso o trabalho de um bruxo é solitário.
"Durante milênios, os voadores prepararam planos para nos coletivizar. Houve um tempo em que eram tão descarados que até se mostravam em público e as pessoas os representaram em pedra. Esses eram tempos escuros, pululavam por todos os lados. Mas agora a estratégia deles se fez tão inteligente que nem sabemos que existem. No passado, nos enganchavam pela credulidade; hoje em dia, pelo materialismo. São os responsáveis pelo fato de que a aspiração do homem atual seja de não ter que pensar por si mesmo; não precisa de mais nada, observe quanto tempo alguém agüenta em silêncio!"
"Por que essa mudança na estratégia deles?".
"Por que neste momento, eles estão correndo um grande risco. A humanidade está em um contato muito rápido e qualquer um pode se informar. Ou eles enchem nossa cabeça, bombardeando-nos dia e noite com todo o tipo de sugestões, ou haverá alguns que perceberão e avisarão aos outros".
"O que aconteceria se pudéssemos repelir a essas entidades?"


"Em uma semana recuperaríamos nossa vitalidade e estaríamos brilhando novamente. Mas, como seres humanos normais, não podemos pensar nessa possibilidade, porque isso implicaria em ir contra tudo aquilo que é socialmente aceitável. Felizmente, os bruxos têm uma arma: a disciplina.
O encontro com os inorgânicos é gradual. No principio não os notamos. Mas um aprendiz começa a vê-los no ensonho e logo na vigília - algo que pode enlouquecê-lo se ele não aprende a agir como um guerreiro. Depois que os percebe, pode confrontá-los.
"Os bruxos manipulam a mente forasteira tornando-se caçadores de energia. É com essa finalidade que minhas companheiras e eu desenhamos para as massas os exercícios de Tensegridade que têm a virtude de nos libertar da mente do voador.

"Nesse sentido, o bruxo é um oportunista. Aproveita o empurrão que lhe deram e diz a seu captores: 'Obrigado por tudo, nos vemos por aí! O acordo que vocês fizeram foi com meus antepassados, não comigo!'. Ao recapitular sua vida, literalmente está tirando a comida da boca do voador. É como se você chegasse à uma loja e devolvesse o produto ao negociante, exigindo-lhe: 'Devolva-me o dinheiro!'. Os inorgânicos não gostam disso, mas não podem fazer nada.
"Nossa vantagem é que somos dispensáveis, há muita comida por aí! Uma posição de alerta total, que não é outra coisa senão disciplina, cria tais condições em nossa atenção que nós deixamos de ser saborosos para esses seres. Em tal caso, eles dão meia volta e nos deixam tranqüilos".

O assunto é com todos nós sem exceção. Não adianta “se fazer de tonto para não ir para a guerra”...



Sobre o Intento

Imagem Para os xamãs do México antigo, o intento era uma força que eles podiam visualizar quando viam a energia enquanto ela fluía no universo. Eles o consideravam uma força que permeava tudo e intervinha em todos os aspectos do tempo e do espaço. Era um ímpeto por trás de tudo; mas o que era de valor inconcebível para esses xamãs era que esse intento — uma abstração pura — estava intimamente ligado ao homem.
O homem podia manipulá-lo sempre.
Os xamãs do México antigo perceberam ainda que a única maneira de afetar essa força era por meio de um comportamento impecável. Só o praticante mais disciplinado podia tentar tal feito.

O intento não é um pensamento, ou um objeto, ou um desejo. O intento é o que pode fazer um homem vencer, quando todos os seus pensamentos lhe dizem que ele está derrotado. Opera a despeito da indulgência do guerreiro. O intento é o que o torna invulnerável. O intento é o que envia o xamã através da parede, através do espaço, para o infinito.

O próprio Dom Juan enfatizou para mim, falando sobre aqueles antigos xamãs, que o aspecto do seu mundo que era de supremo interesse aos praticantes modernos era a consciência aguda que esses xamãs desenvolveram sobre a força universal, que chamavam de intento. Eles explicavam que o elo que cada um desses homens tinha com tal força era tão nítido e claro que eles podiam modificar as coisas à vontade. Dom Juan disse que o intento desses xamãs, desenvolvido com uma intensidade penetrante, era a única ajuda que os praticantes modernos tinham. Ele se expressou em termos mais mundanos, dizendo que os praticantes modernos, se fossem honestos consigo mesmos, pagariam qualquer preço para viver sob o guarda-chuva de tal intento.

Dom Juan assegurou que qualquer um que mostrasse o mais fugaz interesse no mundo dos xamãs da antigüidade era imediatamente trazido para o círculo pelo afiado intento deles. Seu intento era, para Dom Juan, algo incomensurável que nenhum de nós poderia enfrentar. Além disso, ele argumentava que não havia necessidade de enfrentar tal intento, porque era a única coisa que importava; era a essência do mundo desses xamãs, o mundo que os praticantes modernos almejavam acima de qualquer coisa imaginável.

— O intento desses xamãs — disse Dom Juan — era tão agudo, tão poderoso, que podia solidificar a estrutura do guerreiro em qualquer um que tocasse, mesmo que eles não tivessem consciência disso.

Em suma, o guerreiro era, para os xamãs do México antigo, uma unidade de combate tão sintonizada com a luta em volta dele, tão extraordinariamente alerta na sua forma mais pura, que ele não precisava de nada supérfluo para sobreviver. Não havia necessidade de dar presentes para um guerreiro, ou apoiá-lo com palavras ou ações, ou tentar dar-lhe consolo ou incentivo. Todas essas coisas já estavam incluídas na estrutura do próprio guerreiro. Desde que essa estrutura fosse determinada pelo intento dos xamãs do México antigo, eles se asseguravam de que qualquer coisa previsível estaria incluída. O resultado final era um lutador que lutava só e que tirava de suas próprias convicções silenciosas todo o impulso que necessitava para avançar, sem queixas, sem a necessidade de ser elogiado.

Pessoalmente, achei fascinante o conceito do guerreiro e, ao mesmo tempo, era uma das coisas mais amedrontadoras que jamais tinha encontrado. Pensava que era um conceito que, uma vez que eu o adotasse, me manteria preso numa servidão e não me daria nem tempo nem disposição para protestar, criticar ou me queixar. A queixa foi um hábito de toda a minha vida; para ser sincero, eu teria lutado com unhas e dentes para não deixá-la. Achava que a queixa era um sinal do homem sensível, corajoso e direto que não tem escrúpulos em admitir do que gosta e do que não gosta. Se tudo isso ia se transformar num organismo de luta, eu achava que ia perder mais do que podia me permitir.

Eram esses meus pensamentos profundos. E, contudo, eu cobiçava a direção, a paz, a eficiência do guerreiro. Um dos grandes auxílios que os xamãs do México antigo usaram ao estabelecer o conceito de guerreiro era a idéia de tomar a morte como uma companheira, uma testemunha de nossos atos. Dom Juan disse que, uma vez aceita essa premissa, mesmo numa forma mitigada, se forma uma ponte que se estende sobre o vazio entre o mundo de nossos afazeres mundanos e alguma coisa que está diante de nós, embora não tenha nome; alguma coisa que está perdida na neblina e não parece existir; alguma coisa tão terrivelmente obscura que não pode ser usada como ponto de referência e, no entanto, está aí, inegavelmente presente.

Dom Juan argumentava que o único ser na terra capaz de cruzar essa ponte era o guerreiro: silencioso em sua luta, ele é um homem que não pode ser detido porque não tem nada a perder; e um homem funcional e eficiente porque tem tudo a ganhar.

A vantagem oculta dos seres luminosos é que eles têm algo que nunca é usado: intento. A manobra dos xamãs é a mesma do homem comum. Ambos têm uma descrição do mundo. O homem comum a sustenta com sua razão; o xamã a sustenta com seu intento. Ambas as descrições têm suas regras; mas a vantagem do xamã é que o intento é mais abrangente do que a razão.

Um guerreiro não pode deixar nada ao acaso. Ele interfere no resultado dos acontecimentos através da força de sua consciência e de seu intento inflexível.

A impecabilidade começa com um único ato, que tem de ser deliberado, preciso e fundamentado. Se esse ato é repetido pelo tempo suficiente, adquire-se o senso de um intento inflexível, que pode ser aplicado a qualquer outra coisa. Se isso é realizado, o caminho é claro. Uma coisa leva à outra até que o guerreiro perceba todo o seu potencial.

Há no universo uma força incomensurável e indescritível que os xamãs chamam intento, e absolutamente tudo o que existe em todo o cosmo é ligado ao intento por uma conexão. Os xamãs estão interessados em discutir, compreender e usar essa conexão. Estão especialmente interessadas em limpá-la dos efeitos paralisantes que resultam das preocupações comuns com a vida cotidiana.
O xamanismo, neste nível, pode ser definido como um procedimento de limpeza da conexão com o intento.

A conexão do homem comum com o intento está praticamente morta, e os guerreiros começam com uma conexão que é inútil, porque não responde voluntariamente. Com o objetivo de revitalizar essa conexão, os guerreiros precisam de um propósito rigoroso e feroz — um estado especial da mente chamado intento inflexível.

O poder do homem é incalculável; a morte existe somente porque a intentamos desde o momento de nosso nascimento. O intento da morte pode ser cancelado fazendo-se o ponto de aglutinação mudar de posição.

O conhecimento silencioso nada mais é do que o contato direto com o intento.

Citações extraídas da Roda do Tempo, de Carlos Castaneda.


A existência cuida de todos. Não poderíamos existir sem o amor da existência, nem mesmo por um momento. Ela continua derramando vida sobre nós. Somos imensamente queridos pela existência embora a tenhamos como uma coisa garantida – é aí que está a nossa estupidez.


O homem realmente religioso sente gratidão, imensa gratidão. Pelo simples fato de existir, ele é grato.
E uma vez que você começa a sentir gratidão há mil e uma coisas para sentir gratidão.
E quanto mais você se sente agradecido mais dádivas vão chegando. Muitos presentes não nos alcançam devido a nossa mente queixosa. Se essa mente queixosa for posta de lado todas as estrelas são nossas e todos os mistérios que a existência contém são nossos.
(Osho)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Gratidão por tudo Prof° Adhemar Ramos!!!




In Memoriam

Faleceu hoje em São Paulo o querido Professor Adhemar Ramos, que passou por esta realidade nos deixando grandes ensinamentos...