Quem só tem o espírito da história não compreendeu a lição da vida e tem sempre de retomá-la. É em ti mesmo que se coloca o enigma da existência: ninguém o pode resolver senão tu!
(Nietzsche)Se queres prever o futuro, estuda o passado.
(Confúcio)
(Confúcio)
2012, Tempo de Mudança: clique aqui para baixar o documentário e aqui para baixar a legenda
Frase estranha... História e profecia são a mesma coisa.
Tirei deste documentário que compartilho com vocês...
História e profecia são a mesma coisa.
Será?
História fala daquilo que foi.
Profecia fala daquilo que será.
Na atualidade estamos nós espremidos entre a História e a Profecia.
Sou da geração de 60, filho do movimento hippie, do psicodelismo de Terence Mckenna, do xamanismo de Carlos Castaneda e da ditadura militar, marcado pela separação dos pais, renascido pela união dos amigos e olho para a profecia: 2012.
História é passado. Profecia é futuro.
Dentro de uma concepção linear dos fatos é assim mesmo, mas apenas dentro de uma concepção linear, esta normalmente é apenas uma visão pequena, imediatista, que não percebe a curvatura do tempo, da mesma forma que antes os homens não percebiam a curvatura da Terra e acreditavam que para além do horizonte havia o abismo das águas.
Mas para os antigos maias, os antigos iorubás e outros povos tradicionais, a noção de tempo é cíclica, tal como vemos no arcano 10 do Tarot, a Roda do Tempo ou da Fortuna. O tempo é cíclico, tudo volta, tudo se repete, o que foi voltará a ser, e assim o início é igual ao fim mais a experiências do tempo. Desta forma a frase faz total sentido:
História e Profecia são a mesma coisa.
Quem conhece o que foi pode prever o que será, pois História e Profecia são a mesma coisa.
Mas então não há espaço para o novo, estamos condenados a repetir e repetir ad eternum?
Depende. Depende de nossa consciência sobre o que já foi, pois assim podemos evitar repetir velhos erros e reescrever a História. Afinal é um saco essa coisa de disco arranhado, o problema é quando esse disco é o próprio planeta girando pelas constelações num movimento tão amplo que não se pode ter noção do ponto de vista de uma simples existência mortal, mas graças aos antigos e ao seu legado podemos nos guiar.
Reescrever a própria História.
Poder ser que 2012 seja uma oportunidade de reescrever a História, o que numa outra perspectiva possui uma qualidade profética no sentido da instauração de algo novo, inusitado e completamente revelador. Nesse sentido a profecia é a possibilidade de reescrever a História a partir da consciência da própria História ou daquilo que já foi.
Voltando atrás no texto e fazendo uma associação com o Tarot, este antigo livro imagético, podemos dizer:
Se História fala daquilo que foi, então História é a Lua, pois a Lua é a memória ancestral, os antigos chamavam a Terra de Mãe e a Lua de Avó. Ela representa a ancestralidade e portanto a memória.
Se a Profecia fala daquilo que será então, em termos de Tarot, Profecia é Julgamento, que fala do fim de uma era e da instauração de um novo tempo ou aeon. Aeon é o nome dado a este arcano pelo tio Crowley.
E na atualidade estamos nós, na encruzilhada da História e da Profecia, tendo que escolher entre repetir ou inovar, estamos na posição dos Enamorados, arcano 6 do Tarot.
E o que possibilita esta escolha é o fato de termos criado uma sociedade da informação, completamente integrada e globalizada, onde a informação é arma de manipulação e ao mesmo tempo fator de conscientização.
Então 2012 é a oportunidade de reescrever a História a partir do presente tendo consciência do valor profético da História ou do seu caráter cíclico.
Para os antigos a Humanidade já foi destruída e reconstruída algumas vezes através de catástrofes naturais. Parece que a humanidade é um experimento que já foi realizado diversas vezes. O objetivo desse experimento é verificar se a humanidade é capaz de se tornar responsável pelo próprio destino, adquirindo consciência, autonomia e capacidade para não destruir a si mesma e poder agir no planeta e no cosmos em sintonia com a harmonia natural, tendo desenvolvido para isto know how tecnológico e cultural.
Mas 2012 é apenas um passo de uma longa caminhada. E um símbolo, um marco e nada mais, pois é a oportunidade para nos tornarmos salvadores de nós mesmos e não de esperar por um salvador.
Nada acontecerá de especial em 2012 se antes não acontecer em nós mesmos. Não se pode esperar nada, apenas o resultado de nossas próprias ações e a consciência que brota delas e que se expressa por elas, pois "a ação cria o criador".
O que se espera é que a humanidade cresça, amadureça e apareça para que outras humanidades existentes no cosmo possam nos receber como iguais e não como ininputáveis cósmicos.
É preciso muito cuidado com o tema 2012, pois o sistema que está aí adora criar datas fictícias que alienam as pessoas da responsabilidade pela ação presente.
Nosso sistema sócio-ecônomico vive de crises, o capitalismo padece da síndrome da fênix, renasce das próprias cinzas mais forte, com o capital cada vez mais concentrado na mão de uns poucos. Hoje o capital não é apenas dinheiro e bens, é também informação e tecnologia. O próprio capital está numa encruzilhada, pois não permite o avanço tecnológico para não destruir o mercado já estabelecido, e o maior exemplo disto é o petróleo que é uma matriz energética que já devia ter dado espaço para outras fontes de energia mais limpas e abundantes tal como água, ar comprimido, luz solar e energia elétrica. O capital é vítima de sua própria armadilha cumulativa, padece da maldição de Minos. Desde pequeno ouço os antigos falarem sobre a crise, estamos sempre em crise. A crise é inerente ao nosso sistema e um sintoma crônico. É inerente ao sistema, é a gen[etica do capital. O capitalismo nasceu condenado.
Mas esta crise é sobretudo um crise da consciência, sem ela não há escolha possível por um futuro diferente. E as possibilidades de se fazer algo diferente são na realidade poucas se formos olhar para o passado. Quisera eu dar uma notícia boa, nova, diferente, positiva, mas não há nada fora de nós mesmos que possa indicar esta direção.
Mesmo uma eventual volta de Jesus com toda uma trupe de mestres ascensionados não resolve, pois que antes já não resolveu. Não depende deles, depende de assumirmos a liderança do processo de mudança, mas quem tem ditado a agenda da mudança? Quem são os líderes mundiais? São gerentes políticos de máquinas corporativas? Sim. São empregados políticos de interesses corporativos. Meras marionetes na mão do Diabo, tal como no arcano 15 do Tarot. Isso nos deixa numa situaçao de aparente impotência pois em termos da arena política tudo está dominado. Não há saída. E essa desesperança abre as portas da igrejas apocalípticas alienantes e de toda visão catastrófica, como um desejo inconsciente pelo fim de um sistema fracassado. A frustração de poder é recanalizada para a salvação futura e assim o sistema se mantem.
Os antigos dizem o seguinte: se você não pode mudar o mundo você pelo menos pode mudar de mundo.
Pare e reflita sobre esta idéia: mudar de mundo em vez de mudar o mundo. Não se trata de reformar, se trata de mudar, ir para outro lugar. Impossível?
E alguns dissem que o próprio planeta está realizando esse movimento, fazendo um movimento dimensional.
Castaneda dizia que sua tarefa era mudar o ponto de aglutinação do planeta a partir de uma massa crítica de pessoas motivados por este intento.
Há alguns líderes no campo espiritual empreendendo esta mudança perceptiva e planetária.
A Terra é um ser consciente, auto-consciente e profundamente poderoso que deseja sair da condição em que se encontra. Não estamos mais falando da humanidade, estamos falando deste gigantesco ser onde vivemos chamado Terra.
Ao falar em mudar de mundo e não mudar o mundo estamos buscando nos alinhar com a consciência da Terra e promover todas as ações que possam fortalecê-La, fortalecer a nossa Mãe-Terra.
É aqui que talvez nos dividamos, pois então podemos ter duas humanidades e duas Terras como possibilidades quânticas. Com a qual vamos querer nos alinhar?
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